quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Michiko to Hatchin Episódio 3

Depois de muito tempo, finalmente mais um episódio desse fabuloso anime que retrata o nosso país. No entanto, ao contrario do que eu estava fazendo antes, e pelo fato da Steam Wing ter saído do blog por motivos pessoais, tentarei fazer o que tinhamos combinado: Narrar o episódio e depois fazer uma conjuntura do mesmo, mas, pelos motivos alheios, acabarei fazendo os dois de uma só vez.
E desculpem pela demora aqueles que estavam acompanhando e a série ficou em stand by, realmente não estava com muita vontade de escrever sobre o anime, a faculdade consumiu um tanto minha vontade de apenar assistir, e o video game acabou suprindo para relaxar, o que me deixou criar muitas matérias de vários jogos, no entanto, agora que estou de férias, tenho muito mais tempo pra assistir, não tenho necessidade de estudar tanto, ou ficar lotada de trabalhos e mais trabalhos.
Musiquinha para acompanhamento.

São Cabal, ou talvez alguma cidade do Rio de Janeiro, Michiko e Hatchin ainda continuam em busca de Hiroshi.
Detalhes sejam ditos, os orelhões da Telefônica marcam presença e por incrível que pareça, estão funcionando e não estão pichados, arrebentados ou qualquer coisa do tipo! Hoje em dia é difícil encontrar muitos orelhões por ai, e se encontrar, a chances de estarem quebrados é muito alta, visto que o celular fez o favor de trocar o orelhão, diminuindo gastos desnecessários para as empresas de telefonia tem por conta de vândalos, apesar delas vandalizarem em sua linha telefônica... Essa preocupação em minimos detalhes demonstra o quão respeitoso foram os japoneses em tentar demonstrar o Brasil em um anime, como disse no primeiro episódio, eles fizeram uma pesquisa de campo para poder retratar da melhor forma possível um país totalmente diferente do seu, e esses pequenos detalhes, para nós brasileiros, fazem grande diferença! Talvez para quem não é brasileiro ou nunca veio ao Brasil, talvez não note esses mínimos detalhes de cenário, por não ser tão o dia a dia, mas nos chama muita atenção por não ser uma coisa globesca, recordesca ou sbtesca da vida.

Michiko está em um bar conversando com uma velha, claramente percebemos a influencia da religião afro-descendente nessa parte, ela está consultando uma mulher que parece ser do candomblé, tipo aqueles posteres sobre “trago seu amor em três dias”, deve ter chamado a atenção de Michiko. No meio do bar, arrumando dentro de uma tenda vermelha transparente, começa a sessão de incorporação da candomblista, dizendo o que estava vendo. É um tanto cômica essa situação e exagerada, claro, para manter o humor, mas para quem já foi em algum candomblé sabe que é mais ou menos desse jeito que funciona. Sim, eu já fui por curiosidade, e realmente é um tanto estranho para quem não é acostumado, e não, não foi em um bar de esquina qualquer, não foi tão “Michiko” assim.

A velha começa a dizer que o homem do retrato quem a morena está por aquela região, e que tem dois filhos, e para Hatchin, diz que tera um tanto de azar, evitar subir o morro senão irá morrer. Descrente, Hatchin acha tudo aquilo uma besteira, enquanto Michiko acredita piamente no que a velha lhe disse, principalmente de uma das visões se realizar ao Hatchin pisar em um cocô de cachorro com o pé direito.
Detalhes como a má conservação do hotel em que elas se encontram é um luxo para o anime, aqui não é tudo limpo e arrumado, elas estão em um hotel capenga e a tinta descascada da parede é algo comum em muitos lugares, e aqui não poderia faltar, nem mesmo a santa Maria, encima da mesa. Nunca vi uma santa no quarto de um hotel, mas não duvido que exista por ai algo do tipo. Frases católicas, imagens de Jesus ou Maria na recepção é muito comum, e talvez quiseram representar a religião católica um tanto frequente colocando a Virgem Maria ali.

Michiko aparece com um tênis novo, e depois do interrogatório da loirinha, percebe-se que Michiko passou a mão em uma das lojas de tênis, por mais que ela negue e se enrole nas explicações. Para tentar ser honesta, Hatchin vai atrás de um emprego, o que é negado pelo senhor Ran no inicio, mas pela insistencia da garota, resolveu contrata-la, apesar de manter o pé atrás pela garota não ter nenhum documento ou carteira de trabalho. Obviamente uma coisas dessas não acontece no Brasil, muitas discussões ocorre sobre crianças artistas trabalharem na TV enquanto crianças que não tem oportunidades e querem trabalhar para ajudar a família é proibido, mas aqui, Hatchin está perto do morro, e talvez a fiscalização não cai encima, facilitando seu trabalho em um restaurante japonês.
A morena, agora com um retrato desenhado de Hiroshi, pergunta as pessoas nas ruas se viram aquele rapaz, muitos negam, mas o detalhe mais engraçado é o velho taradão que fica de olho nas pernas e peitos que a moça possui, se aproveitando da roupa que a garota está, mas quando percebe que ela o viu a olhando, tenta disfarçar, mas é chamado para saber se reconhece o homem do desenho. Bem, não sei se ela levou milhares de cantadas retardadas durante sua procura, mas o velho taradão foi um destaque interessante, pois Michiko sabe que ele está olhando-a e não vai ser útil.
Depois de um dia de trabalho, no restaurante do senhor Ran existem muitos pilantras que fogem sem pagar, levando-o ao prejuízo, ele sabe disso, mas é difícil evitar com que aconteça, já que os meliantes normalmente fogem e ele não pode ir atrás, é perigoso por estar perto do morro e não sabe se pode ter encrenca pior. Hatchin decide mudar seu jeito de ser depois de ser criticada por Ran, cortando seu cabelo, ficando-o curtinho. Uma atitude radical para uma garota de uns 10 anos.
Dia seguinte, no restaurante de Ran, dois pirralhos fogem sem pagar, e Hatchin decide ir atrás, Ran diz que não, mas ela desobedece e segue os meliantes mirins. Ao perseguir um deles, Hatchin vê que ele está com um tênis all star na mão, o mesmo tênis vermelho que ela tinha deixado na janela do hotel para secar, depois de ter pisado na sujeira do cachorro. A visão da mulher começou a acontecer, e a loira começou a subir o morro.


Normalmente vemos que la fora o Brasil é retratado com selvas amazônicas ou praias cheias de moças bonitas, vide o filme “Os turistas”, enquanto as novelas no Brasil usam a capital de São Paulo ou as ruas do Leblon, praias bonitas do Rio de Janeiro e esquecendo do resto do país ou até mesmo do resto da cidade, aquele lado mais pobre. Os filmes acabam retratando o sertão do nordeste, e só o tropa de elite retratou a favela no Rio de Janeiro, saindo daquele padrão estabelecido na TV. Seguindo pelo contrário, o anime demonstrou muito mais a favela, que muitas vezes é mais admirado pelos estrangeiros por seus perigos e por sua beleza peculiar, como a cena da corrida pela favela de Hatchin demonstra

A garota encontra o meliante mirim, mas este se encontra com um grupo de crianças, até um adolescente atirar na direção da garotinha. Por ela estar encima das casas, o tiro errou e ela pôde escapar, e as palavras da velha foram relembradas, até ela chegar em um local que conseguiu ver o mar, o ultimo ponto antes da garota morrer. Encurralada e na mira de uma arma nas mãos do adolescente, provável líder daquele grupinho de crianças, Hatchin reage atirando a pedrinha que Michiko comprou da velha, até que a morena aparece na hora, em sua moto, e usando uma roupa chique. Vendo a bagunça estabelecida, e sem medo de enfrentar o garoto com arma, Michiko acerta um bofetão nele, que o faz cair, e começa uma mini tortura por ele tê-la chamado de coroa. As crianças correm assustadas, e depois da tortura com salto agulha na mão do adolescente, Michiko o deixa ir. Obviamente que ela faz isso porque ela conhece muito bem como é o povo do morro, mas que só será explicado mais tarde.

Michiko informa a Hatchin que encontrou Hiroshi, e sabe aonde ele mora. Mas ao chegar na casa, descobre que não é ele, é só um homem parecido, mas não tem nada haver com quem ela estava procurando. Afinal de contas, a velha do candomblé estava certa no final: Michiko iria encontrar o homem do retrato que ela estava procurando, que ele teria casado e tinha dois filhos, enquanto Hatchin teria algo acontecendo com seu pé direito, que não era para perseguir aqueles que fogem, pois era perigoso subir o morro, tiros iriam acontecer, o mar a frente seria visto, e Hatchin seria morta... obviamente a ultima coisa não aconteceu, pela interferência de Michiko, mas como a morena não encontrou Hiroshi, para ela tudo o que a velha disse foi mentira. Ela não conseguiu entender que a velha se referia a um homem do retrato, e não ao que ela realmente estava atrás, e a descrença de Hatchin diminuiu após os eventos.
Engraçado que, mesmo a velha ter dito que Hatchin poderia morrer, Michiko não se importou com isso, caso a loira tivesse a pedra consigo, pois isso a salvaria. Não sei se ela acreditou tanto que uma pedrinha poderia ajudar que ela negligenciou a segurança da menina, mas não seria tão diferente de algumas pessoas que acreditam piamente que certas coisas conseguem proteger as outras pessoas, negligenciando assim sua segurança. A religião é uma constante no anime, e talvez a crença exagerada não seja assim tão longe da realidade. Lembrando do padre no primeiro episódio, que usava sua religião para se passar por um bom homem na frente das outras pessoas, mas pelas costas era um homem ruim que maltratava a pequena Hanna, e agora a velha do candomblé, que apesar de ser quase uma mãe Dinnah, acertou em cheio tudo o que aconteceu, mesmo perante a descrença da pequena.

Mas o que mais chama atenção não é somente a história, os personagens que possuem um grande carisma, mas também todo o cenário, o cuidado das pessoas que andam pelas ruas, todas uma base histórica que evita sair da realidade para ir aos achismos. Qual a coisa mais legal do que uma série que mostra seu país de forma mais realista e ainda sim com alta qualidade? Normalmente os estrangeiros compram o que a dona Globo compra, e acreditam que aquilo é daquele jeito, mas poucos realmente vem aqui e fazem uma minuciosa pesquisa de campo para criar suas histórias, mas isso não vale somente para o Brasil, mas para todo o resto do mundo, já que cada cultura é diferente umas das outras, e ficar com o que só aparece na internet ou o que vê em filmes, seriados, novelas ou desenhos é limitado demais, pois eles mostram o que quer que os outros vejam, e não o que realmente é.
Espero ter conseguido fazer uma analise do episódio três, pelo conhecimento que eu tenho do Brasil com o que é mostrado ali.

EPISÓDIO 2

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